Meu filho tem Autismo?
Chegar ao diagnóstico de Autismo não é fácil, ouvir que seu filho recebeu o diagnóstico de Autismo é mais difícil ainda. O Autismo hoje está sendo falado constantemente por especialistas, pais e por todos que se interessam. Está presente em noticiários e compartilhado em diversas redes sociais.
O Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno de desenvolvimento que afeta de forma significativa a capacidade de interação social e as habilidades de comunicação social. Estes sintomas podem começar em qualquer momento da infância, variando de intensidade de criança para criança. Podem apresentar estereotipias, prejuízo no processamento sensorial e hipotonia.
Segundo o dr. Ricardo Halpern, presidente do Departamento Científico (DC) de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), “está no grupo dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento e é melhor denominado Transtorno do Espectro Autista (TEA), terminologia mais apropriada, em razão da complexidade do quadro e da diversidade de sintomas”. Todas as áreas do desenvolvimento da criança são afetadas. “Em geral, o TEA acomete os indivíduos antes dos três anos de idade, se caracteriza por comprometer a capacidade de comunicação verbal e não verbal, reciprocidade social, e se acompanha de comportamentos bizarros ou estereotipados”.
Muitas das crianças acabam sendo encaminhadas às terapias sem ter o diagnóstico fechado de TEA. E acaba que os pais passam a carregar a dúvida de que seu filho pode apresentar o TEA ou não, e ainda começar a enfrentar uma rotina de terapias que não estavam em seus planos. Sobra então para os terapeutas acolher os pais e orientá-los de forma que os tranquilizem.
Geralmente quando recebo pais com dúvida do diagnóstico, procuro deixar claro que independente disso, o tratamento vai ser baseado nos sinais que estão apresentando no momento e que indiquem que pode interferir no desenvolvimento normal da criança.
Os pais precisam saber que independente de um diagnóstico ou o que seu filho apresente, antes de tudo, se trata de uma criança, do filho deles, e que se deve ser olhado como tal. A criança não pode perder sua identidade e sua personalidade e ser taxada de que a partir de agora tudo o que fizer é "comportamento autista". Temos que ter o cuidado quando falamos que aquela criança é autista. Primeiro que não podemos dizer que Enzo (nome fictício que aqui deixo para exemplificar) é autista, ele é Enzo, uma criança como outra qualquer. Mas que talvez apresente algumas dificuldades de se relacionar e/ou comunicar com os outros. Se taxamos uma criança com um diagnóstico, um pré-conceito é estabelecido e fica difícil quebrá-lo depois.
Como tratamento hoje temos diversos profissionais envolvidos, são eles: médicos pediatras, neurologistas e psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais. E várias são as abordagens aplicadas, desde o uso de medicamentos prescritos por médicos, como terapias: Análise Aplicada do Comportamento (ABA), Tratamento e Educação para Crianças Autistas e Crianças com Déficit relacionados com a Comunicação (TEACCH), Terapia cognitivo-comportamental (TCC), Integração Sensorial (IS). Este último será descrito aqui no site no próximo post.
Nem toda criança se beneficiará com uma ou com outra abordagem terapêutica. Vai depender da afinidade com o terapeuta, com a proposta de tratamento estabelecida, e vai depender das dificuldades apresentadas pela criança.
Os terapeutas em conjunto com os pais devem verificar a real necessidade e trabalhar a forma mais adequada para cada criança.
Referências:
http://entendendoautismo.com.br/artigo/quais-os-principais-sintomas-do-autismo-leve/
http://www.sbp.com.br/arquivo/o-pediatra-e-o-transtorno-do-espectro-autista/
http://autismo.institutopensi.org.br/informe-se/sobre-o-autismo/tratamentos-do-autismo/